Consumo Consciente

Consumo Consciente

 Você já se perguntou de onde vem sua roupa? Quem a fez? Que processos e caminhos a levaram até você?

Pois é, eu também não tinha me dado conta até assistir ao documentário True Cost e me chocar com a triste realidade do desabamento de um edifício em Bangladesh que abrigava dezenas de fábricas de vestuário que produziam peças para as principais fast-fashions do mundo. Milhares de pessoas morreram e mais milhares ficaram feridas, na sua maioria mulheres, entre 18 e 35 anos, que trabalhavam em condições sub-humanas.

À partir daí, pesquisando um pouco mais sobre o processo de obtenção de matérias-primas como o algodão, por exemplo (sou Eng. Agrônoma de formação), comecei a pensar que hoje, tanto as pessoas quanto o meio ambiente sofrem com a forma com que a moda é feita, obtida e consumida, no mundo.

Embora muitas organizações proponham uma mudança radical na indústria da moda, eu acredito que isso ainda leva tempo e deve ser gradual pois pode acabar deixando muita gente em condições de vida ainda piores, muitos trabalhadores e agricultores desempregados e o remendo pode ser pior que o furo. Mas, enquanto isso, podemos fazer a nossa parte, incorporando alguns novos hábitos de consumo e novos pensamentos no nosso dia a dia, buscando um consumo cada vez mais consciente.

O que é comprar conscientemente?

Primeiro você deve se perguntar se, realmente, precisa de algo novo. É uma resposta difícil, a oferta é exagerada, as tentações são muitas, muitos influenciadores provando que você não pode viver sem aquilo, mas acredite você pode!

Claro que é utópico dizer que existe consumo zero, no entanto, aprenda a reconhecer suas necessidades e prioridades. Uma dica para roupa é mensurar a quantidade de vezes que você poderá usar a peça. Se passar de 50, pode comprar. O importante é não ficar com roupa parada no armário.

Outro ponto a ser observado é a procedência dessa peça, onde ela foi fabricada, qual o material de sua composição, entender melhor a marca. Infelizmente, conseguir essas informações não é tarefa fácil, mas você pode começar a pesquisar e criar seus próprios critérios.

Reciclar está na moda. Corte, rasgue, costure, encurte, customize suas roupas usadas e encostadas. Quem tem uma costureira pra chamar de sua, nessa hora leva vantagem, mas você pode lançar mão do “faça você mesmo” com uma imensidão de tutoriais disponíveis na internet.

Dê valor a quem produz. Conheça o comércio fora dos shoppings, novos estilistas e designs, lojas conceituais e até porque não com apelo regional. Normalmente, as peças são produzidas em baixa escala, com mais cuidado e consciência, além das lojas e marcas declaradamente sustentáveis que já encontramos por aí.

Por último, vale a pena olhar com mais atenção e carinho para aquele brechó que você passa em frente todos os dias, ele pode esconder verdadeiros tesouros com preços incríveis. E, aproveitando o espírito do reuso, por que não propor uma tarde de trocas com os amigos? Sucesso garantido!

 

Mariana Nardi Godoy

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